Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o agronegócio brasileiro, acima da demanda, elevou o volume de produção e reduziu consideravelmente o impacto ambiental da atividade. O estudo foi feito em países que são grandes agroexportadores como Argentina, Canadá, China, Alemanha, Estados Unidos, França e Índia.
De acordo com o histórico de políticas relacionadas à sustentabilidade, o Brasil vem realizando ações pioneiras como o monitoramento através de satélites no desmatamento da Amazônia, o Programa Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC) e a aprovação do novo Código Florestal, que abordam questões de conservação do meio ambiente.
De acordo com a reportagem do Canal Agro, do Estadão, o cenário credencia o agronegócio brasileiro para um lugar de liderança na garantia de segurança alimentar mundial, o que proporciona um aumento da oferta de alimentos para atender ao crescimento populacional aliando às práticas de preservação de recursos naturais. Contudo, essa questão ainda precisa ser reforçada no mercado global.
O estudo aponta que a agropecuária brasileira foi a que apresentou o maior aumento do índice de produtividade em relação às emissões de gases de efeito estufa (GEE). A geração de poluentes caiu cerca de 3,92% na pecuária em uma média anual e 3,91% em três décadas.
Em 30 anos, a produtividade sustentável triplicou. Em 1990, a pecuária do Brasil produzia 16,4 toneladas de alimentos por tonelada de carbono equivalente (Gt CO2e) e passou para 51,9 toneladas por Gt CO2e em 2020. Na agricultura, a produção saiu de 243 toneladas por Gt CO2e para 774 toneladas por Gt CO2e no mesmo período.
Os piores resultados foram apresentados pela China, com elevação média anual da produtividade em relação às emissões de GEE em 5,43% na pecuária e 1,99% na agricultura, entre 1990 e 2020, seguida pela Índia, com aumento de 3,97% na criação de animais e 1,72% nas lavouras.
O Brasil segue na liderança da diminuição das terras usadas, mantendo ou aumentando a produção de alimentos a partir da implementação de tecnologias medidas pelo efeito poupa-florestas. O indicador foi de 43,2% para a agropecuária nacional, enquanto a China e a Alemanha não chegaram a 2%.
Quase 500 milhões de hectares de florestas nativas foram em 2019, o que representa 58% do território. Enquanto isso, Alemanha, França e Estados Unidos têm apenas um terço da cobertura vegetal intacta.
O levantamento ainda aponta que as terras agrícolas brasileiras apresentam um dos menores percentuais de ocupação, com 63,5 milhões de hectares que são equivalentes a 7,5% da área total ocupada. O Brasil só fica atrás do Canadá, que ocupa 3,9% do território com a agricultura.
O Canal Agro, ainda ressalta que a participação da energia limpa na matriz energética brasileira se destaca em comparação aos outros países analisados. Cerca de 46% do consumo de energia do Brasil têm origem em fontes renováveis como hidrelétrica (29,3%), de biocombustíveis (11,9%) e eólica (4,2%).
Já o Canadá é o país que mais se aproxima do perfil brasileiro, mas tem somente 28,6% da matriz energética de fontes renováveis. Em média, a participação da energia sustentável no consumo energético global é de apenas 12%; na Índia e nos Estados Unidos, a proporção é ainda mais baixa, sendo menor que 9%.